terça-feira, 16 de outubro de 2012

Sei lá



Sei lá, não sei nem porque estou fazendo isso, mas acho que faço por causa do dinheiro, pois a sociedade privada está muito feroz, e não conseguimos nem beijar nossos sapatos normalmente, sem ter que tirar os olhos dos pinguins vesgos e voadores da Amazônia, sem saber que os golfinhos guerrilheiros queriam conquistar a América, e os operadores de maquinas pesadas estão tentando detê-los, se conseguirão, somente as arvores da vida que já estão mortas desde ontem, mas já faz um ano...
Sonhos que os pesadelos nos trazem das longinquas cortinas cor-de-rosa rastejantes que estão bem proximas e quietamente agitadas aguardando o que está por vir pra lá d lado de cá.
A cabeça do umbigo que a baleia tinha na confeitaria, estava negramente alaranjada, com bordas brancas na orelha e azul na raiz da planta dos pés.
Desculpe-me se estão lendo esta loucura que não tem sentido, a dor da física quantica que estuda a biologia dos numeros complexos, não leva nada à serio que a camelia da letra Jota.
Obrigado.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Corredor dos Loucos


Sobre aquela mesa, no corredor dos "loucos", estava eu a pensar. Não me lembro sobre o que pensava, apenas fugia da aula de Filosofia Politica, que é uma diciplina interessante; mas naquela noite não me chamava a atenção. Naquela mesa eu permaneci; alguem surgiu derepente pelo lado esquerdo e passou. Eu acompanhei seu passos, seis ou sete passos e parou, virou-se e retornou. Usava calça jeans, estava com dispositivo reprodutor de musicas em arquivos mp3, tinha cabelos lisos, pretos e uma voz suave. Perguntou-me , " o que tens"? Quase não consegui responde-la. Gostaria que o tempo parace para que eu pudesse observa-la por mais tempo. Então a respondi, " não consegui me concentrar na aula " , ao passo que ela afirmativamente disse: " Eu tambem não ". Então, foi ali, bem ali no corredor dos "autistas mimados", como dizem, foi que tivemos nossa primeira conversa. Falamos sobre musica, filosofia e tantas coisas que não me interessavam. Meu olhar fixava em seus olhos, "olhos de jabuticaba", em seu nariz bem desenhado, sua voz doce, a forma que se expressava. A partir daquele dia houve uma mudança significativa naquele corredor "dos malucos". Escolhi um Ipê Amarelo que simbolizava aquele dia. Ele estava carregado de flores. Sentado nas escadas eu o olhava e me tranquilizava, lembrava daqueles olhos lindos, aquele sorriso que somente em sonhos pode existir mais lindo. Semana se foram e ela não apareceu. Sentei-me novamente a mesa, que permanecia no corredor "dos sonhadores" e fiquei a imaginar. Nada aconteceu. Eu a perdi?


Sávio Sales  10/08/2012

terça-feira, 10 de julho de 2012

Insônia amada


Nos momentos em que a insônia ataca fica facil perceber varias coisas cotidianas que não percebemos, a importancia de dormir bem é uma delas. Brincadeiras à parte, estou a vesperas de comemorar o aniversario de dez anos da minha companheira de todas as noites, minha insônia amada. Muitos já palpitaram, outros deram formulas mirabolantes que curam e a faz desaparecer, mas nenhuma dessas formulas funcionaram. " Cara, você toma muito café. Pode ser isso que causa sua dificuldade de dormir." Não, efetivamente não é isso. Já fiz o teste e tirei a prova.
Há outros fatores envolvidos. Mas uma coisa me intriga a muito tempo. Quando minha amada insônia está atacada e principalmente quando ja estou deitado forçando o sono a vir, ouço o som inconfundivel de um galo a "cantar". E a canturia segue noite a dentro, interrompida em breves intervalos e novamente se inicia ate o raiar do sol. Não importa onde eu esteja, não importa a hora da noite que seja, o galo vai cantar e me incomodar, vai elevar minha raiva a ponto de sair à rua a procura-lo. Alguém pode me dizer se é possivel que criem galos em apartamentos no centro da maior cidade brasileira? Ou podem imaginar um galo a cantar as 02:15 da madrugada em meio a Serra Dourada,  bem no interior da mata fechada?
Começo a suspeitar que há um certo descontrole mental, a criação de ilusões, seila. Já escrevi alguns relatos sobre esse galinacio que me incomada a anos. Neste exato momente la está ele, em algum lugar no universo cantarolando. Eu posso ouvi-lo. Vou beber o remedio que minha avó me indicou, aguá com açucar pra ver se resolve parcialmente. 
Bom é hora do pesadelo de tentar dormir. Bom de tudo isso é que não me lembro dos sonhos ou pesadelos ( alem do pesadelo que é tentar dormir) que tive ao dormir, no rair do dia. Bom dia!


Sávio Sales 10/07/2012

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Ela


Quantas vezes eu entreguei o jogo no ultimo momento. Quantas vezes o medo de errar fez com que eu não prosseguisse adiante. O quanto eu perdi por causa da minha insegurança?
Esperanças perdidas, foram enterradas. Hoje alguém me fez sentir que vale a pena enfrentar os medos e vencer a insegurança para receber um beijo intenso e acelerador de batimentos cardiacos. A saber : A menina dos olhos de jabuticaba.

Sávio Sales em 08/11/2010

quinta-feira, 10 de maio de 2012

A Felicidade e as Idades da Vida


" O que torna infeliz a primeira metade da vida, que apresenta tantas vantagens em relação à segunda, é a busca da felicidade, com base no firme pressuposto de que esta deva ser encontrável na vida: o resultado são esperanças e insatisfações continuamente frustradas. Visualizamos imagens enganosas de uma felicidade sonhada e indeterminada, entre figuras escolhidas por capricho, e procuramos em vão o seu arquétipo. Na segunda metade da vida, a preocupação com a infelicidade toma o lugar da aspiração sempre insatisfeita à felicidade; no entanto, encontrar um remédio para tal problema é objectivamente possível. De facto, a essa altura já estamos finalmente curados do pressuposto há pouco mencionado e buscamos apenas tranquilidade e a maior ausência de dor possível, o que pode ocasionar um estado consideravelmente mais satisfatório do que o primeiro, visto que ele deseja algo atingível, e que prevalece sobre as privações que caracterizam a segunda metade da vida."

Arthur Schopenhauer, in "A Arte de Ser Feliz"

domingo, 1 de abril de 2012

31 de Março


Pequena Vitória, uma grande conquista.
Todos os dias que se passaram desde aquela triste tarde, foram como uma guerra onde as batalhas travadas no "front" foram, as vezes, hostil. Cheia de derrotas e algumas vitórias, hoje a guerra esfriou e creio estar próximo o fim desta triste fase que teve inicio naquela tarde fria de 31 de Março.
As conseqüências dessa batalha foram validas, o aprendizado que obtive ao longo do sofrimento de luta sozinho, uma luta sem perspectiva de vencer, desenvolvi a paciência e me tornei um exímio observador e estrategista.
Após ter me perdido naquela estrada perigosa e escura, estreita e cheia de espinhos, com muitos arranhões e sem a mão que me dava apoio, senti medo, muito medo de não conseguir fugir daquela escuridão. Por fim dois anos se passaram e estou fora daquela estrada e com grandes perspectivas. Espero nunca mais passar por tal estrada.
Por todos os dias que viver, minha luta vai continuar, com ou sem aquela mão que se soltou da minha na escuridão. E que vários outros anos venham após este para que eu possa comemorar minha pequena vitória.

Sávio Sales. 31 de Março de 2009

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Eu sei


Por muitos anos eu permaneci calado, observando.
Passei por muitos obstaculos, não me sujeitei a conspirações.
Defini minhas metas, persegui meu inimigos ate que eles não existissem mais.
Eu vi o por-do-sol e a alvorada muitas e muitas vezes.
Eu senti o frio da noite. 
A chuva já lavou o meu rosto.
Convivi com ladrões, prostitutas e drogados.
Já estive em palacios e tambem no barraco do favelado.
As pessoas queriam direcionar a minha vida, mas eu sempre estive no controle.
Eu sabia por onde andar.
Ate que um dia resolvi falar, expor minha opinião.
Eu não deveria mais me calar, eu não tinha esse direito.
Agora me chamam de louco porque não acredito em certos conceitos,
Em certas palavras.
Mas, o horizonte nunca me impressinou.
Eu vou avante, não para o alto, mas em frente.
De olhos atentos, em cima e abaixo.
Eu conheço meu objetivo, eu sei o que eu quero, eu sem onde eu vou.
Eu vejo meu mundo, eu sei o que as coisas significam.
Não tentem me fazer de idiota, isso eu já fui.
Não tentem colocar palavras onde eu não as coloquei.
Vocês não entenderiam. 
Deixem-me aqui com as minhas loucuras,
Fiquem com vossas ilusões.


Sávio Sales

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

"Não iremos embora" por Tawfic Zayyad*


Aqui
Sobre vossos peitos
Persistimos
Como uma muralha
Em vossas goelas
Como cacos de vidro
Imperturbáveis
E em vossos olhos
Como uma tempestade de fogo
Aqui
Sobre vossos peitos
Persistimos
Como uma muralha
Em lavar os pratos em vossas casas
Em encher os copos dos senhores
Em esfregar os ladrilhos das cozinhas pretas
Para arrancar
A comida de nossos filhos
De vossas presas azuis
Aqui sobre vossos peitos
Persistimos
Como uma muralha
Famintos
Nus
Provocadores
Declamando poemas
Somos os guardiões da sombra
Das laranjeiras e das oliveiras
Semeamos as idéias como o fermento na massa
Nossos nervos são de gelo
Mas nossos corações vomitam fogo
Quando tivermos sede
Espremeremos as pedras
E comeremos terra
Quando estivermos famintos
Mas não iremos embora
E não seremos avarentos com nosso sangue
Aqui
Temos um passado
E um presente
Aqui
Está nosso futuro


*Tawfic Zayyad, palestino de Nazaré, é considerado um pioneiro da poesia de resistência. A maior parte de sua obra foi escrita na prisão.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Sem titulo


Novas canetas escrevem em papel antigo.
Novos pensamentos atormentam a mente;
Que insaciável busca pelo conhecimento.
Coincidencia perturbante.
Acaso impensavel desfeito pela soncronicidade.
Buscarei mais informações sobre tal conhecimento;
Obscuro ate o momento.
Sem influencias, eu espero e quero concluir os fundamentos que caibam 
Somente a esse ser pensante;
Na realidade que é a totalidade do possivel, 
Ve-las no mundo.


Sávio Sales



terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Minha Janela


De onde recebo a luz matinal. Por onde entra o sopro do vento. Minha janela sem cortina. Aberta durante quase todo tempo. Onde secam as toalhas. Por onde sai meus pensamentos.
Minha janela se fecha com a chuva. Meu quarto fica escuro, as toalhas não secam, os pensamentos ficam, o tempo não passa, o sono não vem.
Atraves da minha janela vejo a noite  e minha mente a vagar, buscando perdidamente e nunca encontrar.
Minha historia descrita em papeis, perdido e encontrados; alguns foram rasgados, outros doados e outros mais, perdidos em cinzas que o fogo consumiu e o vento assoprou.
Por quantas janelas a lua surgiu, por um instante e depois foi-se como pó em dia tempestuoso?
Aquela janela imovel que tudo vê passar : angustias e alegrias, loucuras e mente vazia. Essa janela, a minha janela sempre estará no mesmo lugar e meus pensamentos outra janela poderá encontrar.
Minha janela, meus papeis, minha caneta, minhas ideias, meus sonhos, todos eles não posso levar. A janela deve ficar e observar as loucuras de minhas ideias. Enquanto minha caneta aos papeis tenta reportar os sonhos que se vão a cada acordar. 

Sávio Sales em 11/01/2012

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