segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Relatos dos sobreviventes da Cidade Impossível de Viver - 01

Por que Israel matou meu filho?

                                                                                          por: Ahmed Abu Artema 


Escrevo estas palavras da minha cama de hospital. Estou começando a ter energia para segurar meu telefone e usar os dedos depois de 10 dias aqui.

Escrevo com tristeza.

Acordei na casa da minha família em Rafah, no sul de Gaza, na manhã de terça-feira, 24 de Outubro.

A casa é – era – composta por três níveis.

Meu pai, sua esposa, meus irmãos casados ​​e seus filhos moram lá. Meus filhos vêm visitar a casa do avô para brincar com os primos.

Eu estava sentado com meus filhos e eles começaram o que se tornou uma conversa normal em tempos de genocídio.

Como encontramos pão e água para o dia? E onde podemos encontrar um painel de energia solar para carregar nossos telefones? Às vezes conseguíamos carregar nossos telefones na escola ao lado.

Estávamos sentados na sala e eu conversava com meu filho mais velho, Abdullah, de 13 anos. Ele tinha acabado de voltar da loja da esquina e comprou alguns biscoitos.

Abdullah – eu o chamava de Abboud – adorava dividir o que comprava com sua mesada.

Eu disse a ele: “O que você quiser, habibi , da próxima vez eu compro”.

Abboud comprou biscoitos em vez de pão. Não havia pão.

Não há eletricidade nem combustível. Israel cortou todo o fornecimento de alimentos, combustível e eletricidade a Gaza. Tivemos que encontrar substitutos e dissemos aos nossos filhos que comprassem biscoitos para saciar a fome de pão.

Abboud, meu outro filho Hammoud e minha filha Batool estavam sentados comigo. Abdulrahman, meu quarto filho, estava fora de casa naquele momento.

Abboud disse que iria pegar meu telefone, que naquele momento estava carregando na escola. Ele e o primo concordaram entre si em se revezar na viagem. Foi a vez dele.

Foi a última conversa que tive com ele.


Leia a materia completa em: https://electronicintifada.net/content/why-did-israel-kill-my-son/39726

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Bosque de pinus

 Na costa de Punta del Diablo,

Onde o mar beija a terra com bravura,

Ergue-se majestoso o bosque de pinus,

Um cenário que exala paz e ternura.


Os pinheiros altivos, em sua magnitude,

Apontam para o céu com suas copas verdes,

Como guardiões leais de toda a virtude,

Testemunhas silenciosas de histórias perdidas.


Em seus galhos, os pássaros tecem suas canções,

Entoando melodias de encanto e liberdade,

E o vento sussurra segredos em suas ramificações,

Espalhando poesia naquela imensidão de verdade.


O bosque é um abrigo para a fauna diversa,

Onde animais encontram lar e proteção,

Coelhos saltitantes, raposas sorrateiras,

A vida pulsa em cada canto, em cada direção.


Os raios de sol dançam entre as árvores,

Criando um mosaico dourado no chão,

Atravessando a folhagem com suavidade,

Banham o ambiente em calor e emoção.


Em cada passo adentrando naquele recanto,

Sente-se a energia que emana da natureza,

Uma conexão profunda com o sagrado encanto,

Que nos faz refletir sobre a nossa própria existência.


O bosque de Punta del Diablo,

Um tesouro escondido, um presente da vida,

Preservemos sua essência, seu brilho intenso,

Para que futuras gerações também se encantem e cuidem com amor e lida.


Sávio Sales 2023.

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